Como faz tempo que não escrevo sobre uma biografia, resolvi fazê-lo hoje... Tanto que o texto de hoje será sobre a maravilhosa obra: Eu, Malika Oufkir Prisioneira do Rei.
Aliás, foi ela a grande responsável por me fazer começar a gostar de biografias.
Extremamente bem escrito e contado em primeira pessoa pela própria Malika, esta obra conseguiu captar cada emoção e sofrimento dessa bela marroquina e sua família, durante todo o período, 20 anos, em que foram prisioneiros do rei Hassan II.
Com uma narrativa intensa e emocionante, este livro tornou-se pra mim uma das obras-primas das biografias... Um relato de força e esperança... Um drama real vivido por pessoas de carne, osso e alma e que durante muito tempo esteve esquecido... Uma história que prende completamente a atenção do leitor... E, embora possa haver no mundo muitas outras histórias comoventes que deveriam ser contadas, de pessoas que sofrem, assoladas por tragédias desde pequenas, e embora também o pai de Malika não fosse nenhum santo, esse relato dela não deixa de ser importante... Afinal não se trata de um relato político, mas da emocionante luta de uma família pela vida... E é exatamente essa luta, esse não desistir, essa força, esse sentimento de amor e comprometimento entre mãe, filhos e irmãos que mereceu ser contada de forma tão detalhada e verdadeira...
Sinopse: “Criada pelo rei Mohammed V e por seu filho Hassan II, do Marrocos, até os dezoito anos Malika levou uma vida de princesa. Viveu em palácios, recebeu educação refinada, com preceptoras européias, e circulava pelo mundo em jatos executivos. Aproximou-se de artistas de cinema, reis, príncipes e chefes de Estado. Flertou com Alain Delon – cuja corte ela recusou por considerá-lo “muito velho”. Vestia-se nos melhores costureiros de Paris e seu baile de debutantes atraiu colunistas sociais de toda a Europa.
Seu pai, o general Mohamed Oufkir, chefe do Exército e da polícia secreta marroquina, era o homem mais poderoso do país depois do rei. Acusado de praticar monstruosidades contra os opositores da Hassan II, ele fora condenado à prisão perpétua na França, à revelia, no final dos anos 60, por ter mandado seqüestrar e matar o líder oposicionista Bem Barka.
Em agosto de 1972 Oufkir tenta derrubar o rei por meio de um golpe de Estado. O conto de fadas de Malika começa a virar pesadelo. O general, pai dela, é morto dentro do palácio real e dado como suicida. A viúva e seus seis filhos – o mais novo com apenas dois anos de idade – são levados para uma masmorra nos confins do Saara, onde passam vinte anos presos. Sem processo, sem julgamento, sem condenação, sem nada. Uma prisão perpétua disfarçada, que só é interrompida quando a família empreende uma cinematográfica fuga pelo deserto.
O leitor mais vigoroso sempre poderá dizer que, pelo silêncio, Malika absolve o pai dos crimes que ele cometeu durante o reinado de Hassan II. É verdade. Mas este não é um livro de política. É o relato de uma tragédia que passou todo esse tempo inexplicavelmente coberta pelo pó do esquecimento.”
Abaixo, uma foto mais atual de Malika:
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